Pecadora
- Ana Carolina
- 12 de mai. de 2017
- 6 min de leitura
Olá!
Como vocês estão?
Bom... eu sumi, né? Abandonei o blog por n motivos e, para ser sincera, não pretendo voltar (pelo menos não enquanto o TCC estiver me enforcando).
Atualmente, tenho me dedicado o máximo possível ao meu Instagram, já que lá é mais fácil e interativo (não sinto eu estou falando sozinha como sinto por aqui).
MAS, entretanto, todavia... li (ou melhor, devorei) um livro tão sensacional que não caberia tudo o que gostaria de falar em uma legenda no insta.
Por isso, i’m back, baby!
Então, senta aí que lá vem textão (estudante de comunicação é fogo viu).

“Todos nós éramos pecadores. Somente uma coisa diferenciava um pecador: as escolhas. Saber o certo e escolher seguir pelo caminho errado em vez de fazer o que era correto. Fechei os olhos. Apesar de tudo que tinha feito naquela noite, não me arrependi. Era pecado, era perdição, mas também era mais do que eu já tinha sonhado em ter. ––– Entre a rígida criação religiosa e o desejo que sempre a consumiu, Isabel precisa se encontrar. Casada há quatro anos com Isaque, seu namorado de adolescência, a jovem sabe que a relação está longe de ser satisfatória. Mas é só quando Isaque fica amigo de Enrico, um publicitário solteiro e bem-sucedido, que a situação começa a ficar insustentável. Agnóstico, sem amarras e cheio de mulheres, Enrico é tudo o que Isabel acredita rejeitar, mas ela não consegue deixar de se sentir interessada pelas histórias que o marido conta dele. Para piorar, ela consegue um emprego na agência dele, e agora terá de passar os dias ao lado do homem que traz à tona seus sentimentos mais proibidos.”
Não é nenhum segredo que Nana Pauvolih é minha autora favorita da vida! Já li quase todos os seus livros e não teve um sequer que eu não gostei. Mas confesso que “Pecadora” me deu medo!
Eu sou cristã, nascida e criada em um meio evangélico, neta e sobrinha de pastores. Tive medo de, ao ler essa história, me ofender de alguma maneira e passar a olhar a Nana de outro jeito.
Sei lá, né...
Mas a curiosidade me venceu e eu me rendi a esse “pecado”.
E foi a melhor escolha que pude fazer!
É notável o quanto a Nana pesquisou antes de escrever esse romance, mas, acima de tudo, o carinho, cuidado e respeito que ela teve em cada palavra. E isso reflete em toda a compreensão e envolvimento do leitor com a história.
Então vamos a resenha, né mores.
Isabel cresceu em um meio cristão extremamente radical, onde absolutamente tudo é pecado. E justamente para não cair em pecado, ela se viu obrigada a entrar em um casamento frio, sem amor e carinho, onde tudo o que ela tinha de fazer era ser uma “Amélia”, cuidando da casa e vivendo em função do marido.
Porém, cada vez mais, surgiam dentro dela várias dúvidas... “Deus quer mesmo que seus filhos se privem de tudo? Que deixem de viver? Que abdiquem de sua liberdade? Que sejam infelizes?”.
E ao mesmo tempo em que ela queria apenas viver e ser feliz, surgia um medo atroz de estar pecando e, assim, perder a vida eterna no céu.
Até que Isaque, seu marido, passa a participar de alguns jogos de futebol e frequentar um barzinho com os amigos que fez lá (e a Isabel não pode nada, né?) inclusive Enrico, um cara completamente desprendido de regras, que vive sua vida como se cada segundo fosse o último, aproveitando sem culpa todos os tipos de prazeres e felicidade. E Isaque acaba contando para Isabel o tipo de vida que Enrico leva, o que desperta uma espécie de fúria nela, já que ele faz, sem culpa, tudo o que ela gostaria de fazer.
"Enrico Villa. O nome já está gravado na minha mente, embora eu nunca o tivesse visto."

A situação muda de figura quando Isabel, além de conhecer Enrico pessoalmente, passa a trabalhar na agência dele!
Conforme o tempo passa, ela percebe que Enrico não é o cara mulherengo, sem compromisso e metido a ricaço como ela imaginava, muito pelo contrário...
Movida pela curiosidade e desejo (vontade de desabafar, mesmo) ela assume uma identidade "secreta" e começa a conversar com ele por Whatsapp.
"Eu sabia que aquilo era errado. Não deveria fazer aquilo por vários motivos, mas principalmente por ser casada. Eu camuflava meu pecado. E, mesmo assim, não me arrependia. Por enquanto, não."

Isabel é uma boa pessoa, muito doce, tranquila, que tentava se conformar com aquela realidade que a cercava, mas o que mais me chamou atenção nela, foi ver gradativamente sua feminilidade aflorar, vê-la se tornando uma mulher forte e independente com a ajuda de sua irmã Rebeca e até de Enrico (mesmo que indiretamente), mas não por eles, somente por ela mesma, em nome de sua própria felicidade.
Porém enquanto ia amadurecendo, o cerco ao seu redor se fechava. Isaque, seus pais e sua irmã - que se acha a mais santa do mundo -Ruth, pressionavam Isabel e lhe apontavam o dedo acusando-a de ser uma pecadora, que estava dando espaço para o diabo (oxe!), o que aumentava sua culpa e lhe confundia ainda mais.
"Era horrível querer ser uma pessoa e me sentir outra, desejar ferozmente voltar a ser a Isabel que eu tinha sido um dia, mas não conseguir."

E o que falar sobre Enrico? Que homem é esse, Brasil! Sempre me apaixono pelos “mocinhos” (às vezes nem tão mocinhos assim, mas é disso que a gente gosta!) das histórias da Nana, mas Enrico deixou João Pedro, Theo, Miguel, Enzo, Raoul, Joaquim e todo e qualquer outro no chinelinho! Além de lindo e de viver a vida intensamente, ele é um homem bom, correto, publicitário (pausa para amar o fato de sermos colegas de profissão!) e que, apesar de ter um passado conturbado, se esforça para ser feliz e ajudar quem está ao seu redor. Ele é o amor literário da minha vida!

A narração se divide entre Isabel e Enrico, e é um choque enorme passar de uma para outra. Torna ainda mais palpável a diferença entre eles e como encaram a vida, os acontecimentos ao seu redor e como reagem um ao outro.
"A imagem dela veio nítida à minha mente, da maneira como a tinha visto na noite anterior, parada no bar, destoando de tudo e todos."
Eu li esse livro em menos de 24h (levando em consideração que eu trabalho 8h por dia e ainda faço faculdade, foi uma devorada bacana, hein?) e queria chegar ao fim logo, mas ao mesmo tempo queria que aquele momento fosse eterno. Durante a leitura eu sentia um misto de emoções como nunca senti antes. Eu ia de suspiros apaixonados a uma raiva que me fazia querer jogar o livro longe e chorar, indignada com tudo o que acontecia, isso entre uma página e outra!
Quero abrir um parêntese aqui e ressaltar que esse não foi simplesmente mais um livro que li e que agora vai enfeitar minha prateleira, essa história agregou tanto na minha vida, como nenhuma outra havia feito. Fez-me acordar para alguns detalhes que passavam despercebidos no meu cotidiano e, acima de tudo, valorizar minha família e a palavra de Deus (estando Ele e suas escrituras acima de qualquer placa de igreja).
Vendo tudo o que a Isabel passou, meu coração se enchia de tristeza por saber que essa história não tem quase nada de ficção, pelo contrário, ela é MUITO real.
Agora, nesse exato momento, quantas “Isabel” não estão passando pela mesma situação? Mas infelizmente, muitas não podem contar com um Enrico para desabafar, nem uma irmã como Rebeca para lhe apoiar. E isso me causa uma revolta muito grande.
Se você está em uma igreja que, aos olhos de fora, pareça muito “rígida”, mas ainda assim se sente feliz, ótimo! Continue fazendo o que acha certo, o que move seu coração. Mas se, por algum motivo você tem dúvidas, não se sente feliz, faz as coisas por obrigação, ainda a tempo de encontrar o seu caminho! Procure amigos que lhe ouçam, que lhe apoiam. Não tenha medo!
Lembrem-se sempre que Deus é amor, alegria, paz... Ele quer que a gente viva de forma plena, feliz, nos dando forças para realizar nossos sonhos.
Gostaria que todas as mulheres do mundo pudessem ler essa história! Então, se você puder, corra e leia, miga! Aposto tudo que tenho que não vai se arrepender!
No mais, é isso... A escrita da Nana só melhora, como pode?! A cada história que leio dessa mulher, meu respeito e admiração aumentam, e ela continua me surpreendendo e mantendo seu posto de primeiro lugar no meu coração literário!
E é por causa de autoras como a Nana, que a qualidade da literatura nacional só aumenta! Orgulho!
Obrigada por dividir seu talento com a gente, Nana. E por favor, não pare NUNCA!
As nanetes agradecem!
Agora vou ficando por aqui, já escrevi demais!
Beijos e nos vemos no meu Instagram!
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